Serra durante evento em que o DEM anunciou apoio à sua candidatura (Foto: Juca Varella - 17.mai.2012/Folhapress)

Daniela Lima, de São Paulo

O PSDB decidiu mudar a data da conveção que oficializará a candidatura do ex-governador José Serra à Prefeitura de São Paulo.O evento, antes marcado para o dia 17 de junho, foi adiado em uma semana, para o dia 24.

O local da convenção também mudou. Será no ginásio do Ibirapuera. Antes, estava previsto para acontecer no Expocenter Norte.

O comando da campanha de Serra justifica as mudanças afirmando que o novo local proporcionará uma aproximação maior dos militantes com o candidato. O espaço anterior era muito “comprido”, o que distanciaria os apoiadores do palco e do tucano. “A ideia é fazer uma convenção calorosa”, afirmou o marqueteiro Luiz Gonzalez.

A cúpula tucana espera reunir cerca de 2.000 pessoas na convenção. O PSDB quer usar o evento para divulgar também as campanhas de candidatos a vereadores que apoiam Serra.

A mudança da data também estica um pouco o prazo para o anúncio de novas alianças. Serra, que já conta com os apoios de PSD, PV e DEM trabalha para levar para a sua coligação o PP e o PTB.

Ex-governador José Serra fala ao telefone no Palácio dos Bandeirantes (Foto: Zanone Fraissat - 1º.abr.2010/Folhapress)

Daniela Lima, de São Paulo

A equipe de campanha do ex-governador José Serra nas prévias preparou três versões de mensagens de voz que serão usadas para mobilizar militantes na próxima semana, reta final da disputa interna.

Nas gravações, Serra pede o voto dos filiados tucanos e diz que pretende trabalhar junto com eles, se eleito, na Prefeitura de São Paulo.

A ideia inicial é disparar os telefonemas com a voz de Serra a partir do dia 21.

José Aníbal (esq.) e Ricardo Tripoli durante debate (Fabio Braga 27.fev.12/Folhapress)

Daniela Lima, de São Paulo

Principal adversário do ex-governador José Serra nas prévias do PSDB, o secretário José Aníbal (Energia) prepara ato amanhã para pressionar Serra a participar de debates antes da disputa interna, marcada para o próximo dia 25.

O evento de Aníbal será no diretório estadual do PSDB na capital. Curiosamente, hoje o local receberá militantes pró-Serra, às 19h. “O diretório atenderá a todos que precisarem do espaço.”, afirmou Pedro Tobias, presidente estadual do PSDB.

Em outra frente, Aníbal tem procurado dirigentes de partidos políticos alinhados ao PSDB para garantir que eles não referendem apoio exclusivo ao nome de Serra. Hoje, por exemplo, o secretário falou com o deputado Paulo Maluf, cartola do PP.

Ouviu elogios do pepista e obteve a garantia de que, qualquer que seja o candidato do PSDB, poderá contar com o tempo de TV do PP na propaganda eleitoral.

Serra chega para visitar o Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (Ênio Cesar - 03.mar.2012/Folhapress)

Vera Magalhães, editora do “Painel”

Em mais um compromisso do corpo a corpo a que vem se dedicando antes das prévias do PSDB, marcadas para o dia 25, o ex-governador José Serra se encontra nesta terça-feira, às 14h, com a bancada de oito vereadores do partido na capital.

Serra já conta com o apoio de 6 dos 8 vereadores, e deverá receber deles uma homenagem.

“Será uma forma de ele prestigiar a bancada, e nós prestigiarmos sua pré-candidatura”, afirma o líder do partido na Câmara, Floriano Pesaro, ele próprio um dos apoiadores do ex-governador.

Os dois representantes tucanos que não apoiam Serra são Aurélio Nonomura, que já declarou voto no secretário José Aníbal, e Tião Faria, que não declarou voto oficialmente, mas é contabilizado pelo partido como na cota do secretário de Energia.

O deputado estadual Orlando Morando, líder do PSDB na Assembleia (Adriano Vizoni - 5.out.11/Folhapress)

Por Daniela Lima, de São Paulo

O deputado estadual Orlando Morando (PSDB-SP) desistiu de disputar as prévias tucanas para concorrer à Prefeitura de São Bernardo do Campo para integrar a coordenação da campanha do ex-governador José Serra à sucessão paulistana.

Morando disputava a preferência dos militantes do PSDB em sua cidade com outros três pré-candidatos.

Em São Bernardo, os tucanos tentarão bater o atual prefeito Luiz Marinho (PT), afilhado político do ex-presidente Lula.

“Estou abrindo mão da disputa em São Bernardo para integrar a coordenação da campanha do Serra. Como soldado do partido, cumprirei essa nova missão. Com muito prazer”, disse.

Morando, que é líder do PSDB na Assembleia, continuará no posto. Caberá a ele organizar as agendas externas de Serra.

O ex-governador José Serra durante entrevista ao "Jornal da Noite", da Band (Foto: Reprodução)

O pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo José Serra cometeu uma gafe durante entrevista ao “Jornal da Noite”, da TV Bandeirantes, na noite desta quinta-feira e afirmou que o nome do Brasil é Estados Unidos do Brasil.

“O Brasil chama Estados Unidos do Brasil. Os Estados Unidos chamam Estados Unidos da América”, disse.

Corrigido pelo apresentador do jornal, Boris Casoy, Serra perguntou: “Mudou?”

Após ser informado que o nome correto é República Federativa do Brasil, minimizou. “É parecido”. E em seguida continuou o raciocínio do que estava dizendo. “É federação. São conjuntos de Estados que se associaram, ou já nasceram associados, formando um país.”

A Folha teve acesso aos votos dos membros da executiva do PSDB paulistano que decidiu, na última terça-feira, adiar as prévias em 21 dias, de 4 para 25 de março.

A mudança foi motivada pela entrada do ex-governador José Serra no processo interno que levará à escolha do candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo.

Foi necessária uma intervenção direta do governador Geraldo Alckmin na executiva tucana para que a data escolhida fosse o dia 25.

O ex-ministro Patrus Ananias diz que não subirá no palanque ao lado do senador Aécio Neves (Foto: Sérgio Lima - 27.nov.2007/Folhapress)

Por Paulo Peixoto, de Belo Horizonte

O PT e o PSDB em Minas Gerais iniciaram uma troca pública de críticas, deixando no meio do tiroteio o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), a quem caberá fazer assentar a poeira para que tucanos e petistas possam conviver minimamente na eleição municipal.

Ao contrário do que possa parecer, as farpas entre PT e PSDB não se dão porque serão adversários na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte. Elas ocorrem porque as siglas podem reeditar a aliança de 2008 para tentar reeleger Lacerda.

O bate-boca começou na última sexta-feira (24), quando o presidente do PSDB-MG, deputado federal Marcus Pestana, disse que não aceitará qualquer vice do PT, mas apenas um petista afinado com a gestão e não com a eleição de 2016.

Entendendo ter sido uma intromissão no PT, a corrente Articulação, a principal do PT de Belo Horizonte, reuniu-se no sábado (25) e respondeu aprovando a aliança com o PSB de Lacerda, mas sem a presença do PSDB.

O ex-ministro Patrus Ananias deu declarações dizendo que não subirá no palanque ao lado do senador Aécio Neves, principal liderança dos tucanos em Minas.

“Nós temos diferenças profundas em relação ao ex-governador de Minas e atual senador Aécio Neves. Eu nunca o vi subindo as periferias, nunca o vi conversando com os pobres, eu nunca o vi privilegiando as políticas públicas sociais.”

Em resposta, Pestana lembrou que Patrus apoiou em 2006 a tentativa de eleição ao Senado de Newton Cardoso, um dos políticos mais rejeitados do Estado. “Em 2006, ele estava ao lado do ex-governador Newton Cardoso. Em 2008, trabalhou contra o Marcio Lacerda.”

Nesta terça-feira (28), a executiva do PT-MG distribuiu “nota de repúdio ao PSDB”.

“A diferença de métodos e concepções políticas entre o PT e PSDB não permitem coligações entre os dois partidos”, diz o texto.

Esse ambiente no entorno de Lacerda favorece não apenas os seus adversários, mas serve de munição para os petistas que sonham aprovar a candidatura própria petista à Prefeitura de BH.

Esse cenário não agrada a direção nacional do PT, que desde já trabalha para ter o PSB apoiando a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014.

Leia também: Por Haddad, PT quer sacrificar candidatura própria em BH

Mário Covas com Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola durante a campanha presidencial de 1989. (Chico Ferreira - 13.dez.1989/Folhapress)

Por Thiago Faria, de São Paulo

A entrada de José Serra na corrida eleitoral deste ano deve repetir em São Paulo o cenário de polarização entre PSDB e PT que dominou as últimas disputas eleitorais na cidade.

Foi assim em 2004, com Marta Suplicy e o próprio Serra e se repetiu em 2008, de novo com Marta, mas desta vez contra Kassab, que, embora na época no DEM, representava a gestão tucana e contava com o apoio de parte do PSDB, a despeito da candidatura de Geraldo Alckmin.

Mas nem sempre foi assim. Petistas e tucanos já estiveram lado a lado na corrida eleitoral paulistana algumas vezes.

Na primeira eleição de Marta, em 2000, os dois partidos dividiram o palanque em torno de um objetivo comum: derrotar o ex-prefeito Paulo Maluf, que naquele ano queimava a língua após ter apelado aos eleitores para “nunca mais votarem” nele caso seu pupilo Celso Pitta fizesse uma má gestão na prefeitura da capital. Deu certo. Marta venceu no segundo turno com quase 60% dos votos.

O antimalufismo também foi o motivo de uma união informal entre PT e PSDB quatro anos antes, em 1996, quando a petista Luiza Erundina saiu derrotada por Pitta no segundo turno.

Em 1992,  também sem aliança formal mas com muitos caciques tucanos apoiando a candidatura de Eduardo Suplicy, outra derrota. Desta vez, contra o próprio Maluf.

A aliança mais famosa entre os dois rivais, porém, aconteceu pouco antes, em 1989, quando Mário Covas declarou apoio a Lula na disputa presidencial contra Fernando Collor. Daquela vez, também não deu certo.

Apenas dois pré-candidatos continuam no páreo: José Aníbal (à esq.) e Ricardo Tripoli ( à dir.)

A decisão de José Serra de entrar na corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo não alterou, ao menos por enquanto, a programação das prévias no PSDB.

O quarto e último debate entre os pré-candidatos do partido, marcado para esta segunda-feira, está mantido.

O encontro acontece a partir das 19h, no campus Vergueiro da Uninove, e deve contar com a presença dos dois pré-candidatos que sobraram na disputa: José Aníbal e Ricardo Tripoli.

A participação de Serra ainda não está descartada pela direção municipal da legenda.