Mário Covas com Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola durante a campanha presidencial de 1989. (Chico Ferreira - 13.dez.1989/Folhapress)
Por Thiago Faria, de São Paulo
A entrada de José Serra na corrida eleitoral deste ano deve repetir em São Paulo o cenário de polarização entre PSDB e PT que dominou as últimas disputas eleitorais na cidade.
Foi assim em 2004, com Marta Suplicy e o próprio Serra e se repetiu em 2008, de novo com Marta, mas desta vez contra Kassab, que, embora na época no DEM, representava a gestão tucana e contava com o apoio de parte do PSDB, a despeito da candidatura de Geraldo Alckmin.
Mas nem sempre foi assim. Petistas e tucanos já estiveram lado a lado na corrida eleitoral paulistana algumas vezes.
Na primeira eleição de Marta, em 2000, os dois partidos dividiram o palanque em torno de um objetivo comum: derrotar o ex-prefeito Paulo Maluf, que naquele ano queimava a língua após ter apelado aos eleitores para “nunca mais votarem” nele caso seu pupilo Celso Pitta fizesse uma má gestão na prefeitura da capital. Deu certo. Marta venceu no segundo turno com quase 60% dos votos.
O antimalufismo também foi o motivo de uma união informal entre PT e PSDB quatro anos antes, em 1996, quando a petista Luiza Erundina saiu derrotada por Pitta no segundo turno.
Em 1992, também sem aliança formal mas com muitos caciques tucanos apoiando a candidatura de Eduardo Suplicy, outra derrota. Desta vez, contra o próprio Maluf.
A aliança mais famosa entre os dois rivais, porém, aconteceu pouco antes, em 1989, quando Mário Covas declarou apoio a Lula na disputa presidencial contra Fernando Collor. Daquela vez, também não deu certo.