Rodrigo Vizeu, de São Paulo

O candidato a prefeito de São Paulo Celso Russomanno (PRB) começou nesta quinta-feira (16) a distribuir adesivos com o mote de que seu padrinho político é o eleitor. Os adesivos vêm em versões masculina e feminina: “Eu sou padrinho de Celso Russomanno” ou “Eu sou madrinha de Celso Russomanno”.

Russomanno vem insistindo nessa tecla em contraposição a Fernando Haddad (PT), que tem como mentor da candidatura o ex-presidente Lula, e José Serra (PSDB), aliado do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O novo material de campanha chega às ruas às vésperas da entrada de Lula na campanha petista.

As pesquisas de intenção de voto mostram Russomanno mais forte em tradicionais redutos petistas, como as zonas leste e sul. Temendo perder votos com o ex-mandatário aparecendo ao lado de Haddad, o candidato do PRB passou a frequentar mais essas regiões. Tem dito ainda que o eleitor está cansado do PT e que é ele que realmente “representa o novo”.

Nesta quinta, em uma feira em Perdizes (zona oeste), Russomanno abordava os eleitores com o mote do adesivo: “Eu não tenho os padrinhos que os outros têm, como o Lula e o Alckmin. Então você vai ser a minha madrinha”.

Duas eleitoras que receberam os adesivos demonstraram não entender o significado político da expressão. “Mas você é madrinha dele mesmo?”, questionou uma. “Não, acho que é uma brincadeira deles”, respondeu a outra.

Serra é rodeado por crianças durante visita a feira (Foto: Joel Silva/Folhapress)

Paulo Gama, de São Paulo

José Serra passou por momentos opostos ao visitar uma feira da área de saúde nesta quinta-feira (16).

Enquanto foi rodeado por alunos de escolas municipais que tiraram fotos ao seu lado, os professores que acompanhavam as crianças se afastaram do candidato para criticá-lo a jornalistas.

“Ai meu Deus, que vergonha, não acredito que eles estão fazendo isso”, disse a responsável pela turma de uma escola de São Mateus, zona leste da capital. “Já xinguei, mas veio um pessoal da campanha dizer para ficar quieta.”

Nem todas as crianças sabiam quem é Serra — alguns arriscaram que o candidato era vereador, governador e até ex-presidente. “Fui mais para aparecer na TV”, disse uma aluna.

Questionado se era eleitor du tucano, um professor respondeu: “Já viu professor votar no Serra? Ele acabou com a gente. Vou dar N/S [não satisfatório] para quem aparecer com ele na TV”, brincou.

Dentro da feira, Serra adquiriu uma Hot Bag — almofada térmica que aquece sozinha, indicada para “tratamento de dores lombares, contusões, cólicas, dores reumáticas, torcicolos”. O modelo que Serra levou custa R$ 198.

Na saída, prometeu que em “2 ou 3 anos” todos os ônibus paulistanos serão adaptados para deficientes.

Haddad e Serra (Foto: Gabo Morales/Zé Carlos Barreta/Folhapress)

Daniela Lima, de São Paulo

A campanha à Prefeitura de São Paulo começou a ganhar as ruas da cidade. Desde a última semana os candidatos deram início a atividades pelos bairros, já amparados por militantes e apoiadores, exibindo seus slogans e jingles de campanha.

As músicas usadas nas eleições são armas poderosas e podem marcar na cabeça do eleitor nome e propostas dos candidatos. Alguns jingles pegam tão forte que se tornam símbolo de um político, um partido ou uma época, como o “Lula lá”, que embala o PT desde o fim da década de 1980.

Nesta eleição, os principais candidatos já começaram a apresentar seus jingles aos eleitores. Líder nas pesquisas de intenção de voto, José Serra, candidato do PSDB apostou na remontagem de um dos hits da atualidade, a música “Eu Quero Tchu, Eu Quero Tchá”, e criou um jingle chiclete, curtinho e fácil de decorar.

Já o candidato que é considerado o principal adversário do tucano, o petista Fernando Haddad, investiu em um jingle mais longo, com uma roupagem de RAP e forte conteúdo político. A música é recheada de críticas veladas a Serra e prega a renovação na capital paulista.

Ouça os dois e compare: quem tem o melhor jingle da campanha paulistana?

Fernando Haddad

Somos feitos de concreto, pressa e amor

Detestamos o atraso, errar é um horror

Nosso bem é o trabalho, o trem é o saber

A fé é na alegria, a busca é o bem viver

O sol não espera, o tempo não cansa

São Paulo não faz graça, já pede mudança

Não quer mais do mesmo [já deu, mande lembrança]

Quer o novo, o de melhor, e já ganha confiança

Vem, São Paulo

Ah, Ah, Ah Haddad!

Um homem novo pra essa cidade

Ah, Ah, Ah Haddad!

Um tempo novo pra essa cidade

Muda a cor, muda o cara, renova o desbotado

Eu quero um cara bom, um cara novo ao nosso lado

Resolver problemas difíceis é com ele, você já viu

Mandou bem, nota mil, em São Paulo e no Brasil

Vem, São Paulo

(…)

José Serra

Eu quero Serra, eu quero já

Eu quero Serra já, eu quero Serra Já

É o prefeito ideal que essa cidade aprovou

A Zona Norte tá com o Serra, a Zona Leste e a Sul também

No centro na zona oeste não vai ter pra mais ninguém

então vem pro Serra Já, São Paulo inteira vai cantar

Eu quero Serra, eu quero já

Eu quero Serra já, eu quero Serra Já

Eu quero José Serra pra São Paulo avançar

Pra gente seguir em frente, pra crescer e prosperar

Sempre mais, sempre além, no Serra posso confiar

To com o Serra que é do bem, eu quero Serra, eu quero já

Serra e Matarazzo durante encontro com apoiadores (Foto: Joel Silva/Folhapress)

 Daniela Lima, de São Paulo

Em evento ontem com cerca de 300 militantes que apoiavam Andrea Matarazzo e agora estão com José Serra nas prévias do PSDB, o ex-governador lançou o que chamou de “os sete Ps” que nortearão sua nova administração à frente da Prefeitura de São Paulo, se eleito.

Serra iniciou sua fala fazendo uma crítica a líderes tucanos. Segundo ele, o PSDB não sabe “faturar” em cima de suas boas ações políticas. Por isso, o primeiro P seria o de “prestar contas”.

“Temos que preparar material específico mostrando o que fizemos em cada região da cidade”, disse Serra. Ele lembrou de Etec (Escola Técnica) feita pelo PSDB em Paraisópolis, na zona sul da capital paulista, que é creditada pela população ao PT.

“A babá dos meus netos mora lá e veio me dizer que o pessoal acha que foi o [ex-presidente] Lula quem fez a Etec”, exemplificou.

O segundo P seria de “primeiro dia de governo”. “Temos que chegar em ritmo acelerado desde o primeiro dia”, disse o tucano. “Revendo contratos para reduzir custo. Fazer mais com menos”, ressaltou.

O terceiro P, de “parcimônia”. “Queria dizer austeridade. Austeridade com dinheiro público. Mas usei parcimônia para ter o P”, explucou Serra.

A cartilha dos sete Ps de Serra continuou com prioridade, planejamento, parcerias e participação. “Quero o partido todo participando, mobilizado nas ações da prefeitura”, afirmou.

Andrea Matarazzo, que discursou antes de Serra pediu que os militantes se mantivessem empenhados na divulgação da canidatura de Serra para dar ao ex-governador uma vitória “estrondosa” nas prévias.

A maioria dos militantes era da Zona Leste da cidade. Prefeitos de outras cidades e vereadores também compareceram à reunião.

Serra chega para visitar o Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (Ênio Cesar - 03.mar.2012/Folhapress)

Vera Magalhães, editora do “Painel”

Em mais um compromisso do corpo a corpo a que vem se dedicando antes das prévias do PSDB, marcadas para o dia 25, o ex-governador José Serra se encontra nesta terça-feira, às 14h, com a bancada de oito vereadores do partido na capital.

Serra já conta com o apoio de 6 dos 8 vereadores, e deverá receber deles uma homenagem.

“Será uma forma de ele prestigiar a bancada, e nós prestigiarmos sua pré-candidatura”, afirma o líder do partido na Câmara, Floriano Pesaro, ele próprio um dos apoiadores do ex-governador.

Os dois representantes tucanos que não apoiam Serra são Aurélio Nonomura, que já declarou voto no secretário José Aníbal, e Tião Faria, que não declarou voto oficialmente, mas é contabilizado pelo partido como na cota do secretário de Energia.

O deputado estadual Orlando Morando, líder do PSDB na Assembleia (Adriano Vizoni - 5.out.11/Folhapress)

Por Daniela Lima, de São Paulo

O deputado estadual Orlando Morando (PSDB-SP) desistiu de disputar as prévias tucanas para concorrer à Prefeitura de São Bernardo do Campo para integrar a coordenação da campanha do ex-governador José Serra à sucessão paulistana.

Morando disputava a preferência dos militantes do PSDB em sua cidade com outros três pré-candidatos.

Em São Bernardo, os tucanos tentarão bater o atual prefeito Luiz Marinho (PT), afilhado político do ex-presidente Lula.

“Estou abrindo mão da disputa em São Bernardo para integrar a coordenação da campanha do Serra. Como soldado do partido, cumprirei essa nova missão. Com muito prazer”, disse.

Morando, que é líder do PSDB na Assembleia, continuará no posto. Caberá a ele organizar as agendas externas de Serra.