A revista britânica “The Economist” traz em sua próxima edição artigo que trata da publicação do salário de servidores públicos brasileiros, na esteira da nova Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor no mês passado.
Sob o título “Envergonhando o invergonhável” (na tradução literal), o artigo trata sobre o tabu brasileiro de dar publicidade a salários do funcionalismo público, algo corriqueira em outras culturas, como a norte-americana e europeia.
O tom crítico da análise da revista, no entanto, não é para o salário em si, mas para o fato de esses pagamentos serem “impulsionados por incrementos anuais e bônus”, cuja prática, “é padrão no setor público do Brasil”.
A revista ainda lembra frase do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que recentemente declarou em tom jocoso que iria procurar emprego nas garagens da Câmara Municipal da cidade após reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” revelar o salário de alguns funcionários da Casa.
Na análise da publicação britânica, a presidente “Dilma Rousseff, está usando uma lei de `liberdade de informação’, originalmente destinada a descobrir atrocidades da ditadura militar, para expor os gordos salários de políticos e burocratas”.
A revista afirma ainda que a publicação dos dados do setor público irritou “sindicatos, que alegaram ter medo de colocar servidores em risco” por conta da divulgação dos salários. Para a “Economist”, a situação é contrária a esse raciocínio dos sindicalistas. “Os contribuintes, sem dúvida, sentirão [com a publicação dos salários] que eles próprio estão sendo roubados”, afirma a revista.